MB testa real digital em negociação cripto e Santander 'tokeniza' imóvel e carro no Lift

28/04/2023
blockchain

Bancos, instituições de pagamentos e plataformas de ativos digitais apresentaram nesta terça (25) casos de uso e testes de transações envolvendo tokens e o que será o real digital durante o Lift Day 2023, evento de tecnologia financeira do Banco Central (BC) e da Fenasbac (Federação dos Servidores do BC). Entre os projetos, os participantes detalharam desde aplicações de movimentação de recursos internacionais até a transferência de titularidade de bens e a entrega de artigos comprados por meio do e-commerce em comunidades carentes.

O MB apresentou o protótipo de uma plataforma de transação de criptoativos e tokens em geral integrado com a versão digital da moeda brasileira em uma blockchain aberta, usando identificação descentralizada de usuários e cumprindo as exigências do tipo 'Conheça Seu Cliente' (KYC) e de sigilo bancário, entre outras, do Banco Central.

O Santander testou a chamada DvP (Entrega versus Pagamento) de uma versão tokenizada da propriedade de veículos e imóveis entre pessoas físicas envolvendo moeda tokenizada. Para isso, o banco criou um sistema de negociação e registro simultâneo de propriedade desses bens no formato digital por meio de tecnologia blockchain. O protocolo, no entanto, depende de uma integração das blockchains com os sistemas de registros dos cartórios e dos Detrans.

O Itaú simulou a transferência de recursos na versão tokenizada envolvendo suas subsidiárias no Brasil e na Colômbia, eliminando parte dos intermediários e reduzindo custos e tempo nas operações feitas atualmente. Além da existência das moedas digitais, a aplicação depende ainda da precificação do câmbio, liquidez e da adaptação dos serviços de tesouraria das moedas envolvidas.

A fintech Capitual junto com a TecBan, gestora dos caixas eletrônicos Banco 24 Horas, desenvolveu um protocolo também do tipo DvP envolvendo armários inteligentes conectados por meio da tecnologia de internet das coisas (IoT). No caso, os armários inteligentes atuam como uma espécie de cofre, que só libera o pagamento quando o usuário insere o código da compra para pegar uma encomenda. A proposta é facilitar a chegada de mercadorias em locais de difícil acesso, como em comunidades carentes, por questões de segurança.

Já a Febraban testou um modelo de pós-negociação de debêntures envolvendo o real digital com o objetivo de automatizar e ganhar eficiência, além de ampliar o horário das transações, preservando o papel dos atuais intermediários do setor. O modelo poderá inclusive ser adaptado para transações envolvendo outros ativos financeiros na versão tokenizada, como títulos do Tesouro.Matéria publicada no Valor Econômico menciona sobre o projeto da TecBan e da Capitual referente aos armários inteligentes.